domingo, 18 de setembro de 2011

Mês do à gosto

Como é bom lembrar alguns momentos vividos na infância... Porém, melhor ainda é poder revivê-los. A inocência e a liberdade de uma criança. Sem comparação...

Acordar sem se preocupar com o que vestir, pois a mamãe já teve esse trabalho por você; se dirigir até a mesa para tomar aquele café da manhã gostoso, sem nem mesmo pensar quantas calorias poderão ser ingeridas naquele momento.

E quando chega a hora de ir pra escola, que maravilha... Vestimos o uniforme, pegamos nossa mochila com nosso lanchinho e nos despedimos da mamãe com um beijo no rosto.

Nunca cansamos da rotina, pois temos sempre a liberdade de inventar algo diferente, ou até mesmo de não fazer nada, como tirar aquele soninho gostoso depois do almoço.

Como é bom...

Mas o ciclo natural da vida é crescer e se tornar independente daqueles dos quais você sempre dependeu.

De certa forma é bom, devido ao fato de prosseguir com a nossa vida e com as nossas escolhas, mas em contrapartida há muitos outros momentos que sentimos saudades de nossos pais decidindo por nós, pois assim ficamos longe de qualquer tipo de responsabilidade quanto ao que pode acontecer ou não acontecer como consequência daquela escolha.

Mas de todos os períodos do ano de minha infância, me lembro muito bem do mês de agosto. Um tanto diferente, já que poderia falar das experiências das férias, porém é justamente por esse ocorrido que o mês de agosto se torna tão divertido.

Mês do “volta às aulas”  depois das férias tão almejadas de julho, onde todo primeiro dia de aula era a mesma coisa: conte sobre suas férias! Era uma euforia que só, já que todos queriam falar o que tinham feito, pra que lugar haviam ido e os novos amigos feitos. Voltava pra casa animada e ansiosa para contar pra minha mãe onde a Jéssica tinha passado as férias e o que ela tinha feito.

Depois de falar tudo o que eu tinha pra falar eu pedia pra minha mãe pra chamar minhas amigas que haviam viajado e por consequência ficado longe de mim, para passar uma tarde em minha casa. A minha mãe já sabendo da bagunça que seria tentava fazer com que eu mudasse de idéia ou me esquecesse daquilo, mas não tinha jeito, no dia seguinte a casa estava cheia.

Morava em um sítio não muito afastado da cidade, cheio de árvores e melhor que isso, frutíferas. Lembro-me perfeitamente do cheiro da goiaba e das minhas guerrinhas quando as mesmas já estavam bem maduras, onde cada amigo ficava em uma goiabeira e de lá mesmo um tentava acertar o outro. Não faz muito sentido isso para um jovem ou um adulto, mas enquanto criança aquilo era demais, e por isso eu contava nos dedos os dias que faltavam para as goiabas estarem no ponto. Minha mãe ficava pra morrer, pois estávamos acabando com a matéria prima de seus doces e geleias, mas nem adiantava se estressar.

Parecia que a vontade de estar juntas nunca passava, por isso quase todos os dias me encontrava com minhas amiguinhas e inventávamos algo novo pra fazer, mas o que eu mais gostava era de brincar no quintal e de me sujar.

Nesta época nem me preocupava em olhar pro relógio, pois o que eu queria mesmo era que o tempo não passasse, pois era muito bom estar com aqueles que eu amava. Porém como disse no início, a vida tem um ciclo que não pode e não se permite parar, por esse motivo cresci e hoje sou grande. Com o crescimento muitas coisas precisaram ser deixadas para trás e muitas outras novas foram adicionadas a minha vida, tanto pessoas quanto compromissos.

Agora diferentemente de quando era criança, conto os dias para que chegue o mês de dezembro, único mês que eu tenho a possibilidade de retornar a minha casa e rever aqueles que eu amo. A diferença é que não faço as mesmas coisas que antes, embora os amigos ainda sejam os mesmos. Agora, reencontro meus queridos e partilhamos experiências, amores e sonhos, de maneira diferente, com palavras diferentes, sem a inocência de antes e sem guerrinha de goiaba, até porque não está mais na época delas.


quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Aquilo

Como uma brisa suave, aquilo chegou de repente... O balanço dos meus cabelos já dizia que aquilo poderia ser realmente bom.

Porém, bom pra mim, mas nem tanto pros demais...

Para os pessimistas, aquilo era mais uma coisa que não deveria ter acontecido, pois tudo estava bem da forma como estava e talvez aquela novidade não pudesse ser tão boa assim. Pois novidades exigem novas atitudes e acabam provocando mudança, que não agradam e não são bem vindas na vida daqueles que costumam vê-la por seu lado negativo e se esquecem de ver o outro lado da “moeda”, que costuma ser mais bonito e agradável.

Mas as coisas realmente não acontecem para aqueles que preferem continuar na mesmice e na mediocridade a arriscar e tentar trilhar por novos caminhos.

Para os otimistas, aquela brisa que passava acariciando o rosto dos que ali estavam, trazia consigo um novo ar. Ar de nova oportunidade... Quem sabe de recomeçar ou de refazer aquilo que antes havia dado certo. Quem sabe uma boa notícia ou uma nova idéia... Isso não importava tanto, pois para esse grupo de pessoas aquilo seria o que eles conquistariam com o suor de seu trabalho e a recompensa de seu esforço.

Para os apaixonados, talvez um novo amor... Aquele amor que vem para curar as feridas deixadas pelo antigo e mostrar que a vida continua e que dessa vez vai dar certo. Aquilo que nos faz refletir que para sermos amados precisamos primeiramente amar. Mas amar, sem esperar recompensa e muito menos que o amor que hoje lhe pertence será pra sempre seu, pois quando um novo amor surge, aqueles que querem amar o recebem, mas aqueles que ainda não o conhece, ignoram.  E é assim que aquilo que como uma brisa suave chega como uma brisa suave vai... Pois não encontrou lugar no coração daqueles em quem tocou.

É fácil julgar ou tentar achar um motivo para tamanha rejeição, mas só quando procuramos o motivo é que entendemos a razão... Aquilo já não estava sendo tão aceito, pois aquilo se refere a algo distante e para alguns até mesmo inalcançável, e por este motivo o maior desafio era agora fazer com que Aquilo, já não fosse aquilo e sim Isso... Isso que agora se encontra aqui pertinho... Em um lindo sorriso, em um singelo gesto, em um abraço... Isso que costumamos guardar no lado esquerdo do peito e que transmitimos aos outros como uma leve brisa, através de um olhar, de uma palavra, de um abraço e de um beijo.

Aniversário

Data que nos leva a pensar em festas, abraços, reencontros e presentes.

Mas o que é na verdade a data de aniversário? Ou melhor, o que ela revela?

Para os pessimistas, um ano a menos de vida, mais perto da velhice e consequentemente da morte. O que faz com que esse dia não seja nada agradável e muito menos almejado. Sendo assim, pessoas como essas costumam fugir neste dia, mentem em relação a ela, ou pior que isso: se mostram indiferentes.

Para os otimistas, mais um ano de vida... Um recomeço e mais uma oportunidade que a vida deu a eles. Por isso procuram seus amigos e compartilham a felicidade que sentem por poder completar mais um ano com seus queridos e quem sabe corrigir os erros cometidos.

Para os apaixonados, mais uma chance de demonstrar àquele que ama, através de pequenos gestos, a alegria de poder partilhar momentos como esse, e melhor: saber que mais um ano se passou e que este não foi vazio ou sem razão. Pois passaram ao lado de quem amam verdadeiramente e que a vida agora esta lhes dando a oportunidade de fazê-lo novamente.

Por estes e outros motivos, me sinto feliz ao dizer: feliz aniversário!